Hoje eu quero falar sobre o HER2. Acho que ele é um dos campeões de perguntas feitas por aqui pelos meus pacientes!
Então vamos lá:
Na década de 1980, pesquisadores descobriram uma substância importante nas células do câncer de mama, o receptor HER2.
Como podemos ver na imagem, todas as células possuem em sua superfície, essa espécie de “interruptor”. Porém 25-30% dos tumores apresentam excesso do Her2 !
Como sabemos se o tumor tem ou não tem essa característica?
Sempre quando fazemos a biópsia do tumor de mama, realizamos também um exame chamado imunohistoquimica. Nele está escrito se o her2 é positivo ou negativo.
Mas o que o her2 faz, afinal?
Ele tem a função de estimular o crescimento quando existe uma lesão nas células normais. Desta maneira estas células próximas à lesão começam a se reproduzir para cobrir a área que foi cortada, e assim cicatrizar o corte. Trata-se de um mecanismo normal de regeneração da pele.
Mas, quando ele está em excesso faz com que a célula cancerígena tenha um grande estímulo para crescer. No passado isto era um fator ruim, e estas pessoas viviam menos do que as pessoas que não tinham o HER2 nos tumores da mama.
Com o tempo, foram desenvolvidos diversos medicamentos que agem atacando este receptor. Entre eles, temos o Trastuzumab, o Pertuzumab, o Lapatinib e o TDM1. Assim, temos várias novas “armas” contra esse tipo de tumor. Se antes eles eram considerados mais agressivos, hoje temos um arsenal de drogas para combater de forma eficaz os tumores que são her2 positivos.
Conforme estudamos mais sobre as doenças e seus mecanismos de desenvolvimento, podemos entender melhor quais são suas fraquezas, o que permite o desenvolvimento de medicamentos mais efetivos e com menos efeitos colaterais.
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