O AÇÚCAR!
Sempre que os pacientes referem que não estão sentindo alívio da dor (ou de outro sintoma) com alguma medicação que prescrevi, pergunto se estão tomando exatamente da forma que orientei.
Não é raro, ouvir respostas como essas:
“Tomei duas vezes quando senti dor, mas como não passou totalmente, deixei de tomar”
“Ahhh, não gosto de tomar remédios, preferi tomar só uma vez ao dia”
“Achei que ele era muito “forte” quando li a bula, preferi não tomar”
Pessoal, vocês não sabem como fico angustiada com essas respostas .
A primeira explicação que dou, é o exemplo do açúcar:
Imaginem que eu quero adoçar um café com açúcar e ao invés de colocar uma colher, ou duas, coloco apenas uma pequena pitada de açúcar.
O café não vai ficar doce!
E não é porque o açúcar não adoça! Mas porque a quantidade colocada na bebida, não foi suficiente!
Assim acontece com os remédios. Existe uma dose ideal e uma forma correta de serem tomados.
Algumas vezes, podemos associar medicações, pelos diferentes mecanismos de ação que possuem.
E isso é avaliado de forma individualizada, porque cada um de nós sentimos dor de formas diferentes. Estudamos o mecanismo de ação e os efeitos colaterais de todos eles. Acreditem!
Então por favor, por favorzinho, sigam as orientações, não fiquem sofrendo desnecessariamente e se ainda assim, não se sentirem seguros, tirem todas as suas dúvidas com sua equipe.
Estamos aqui para VOCÊS.
Sugiro FORTEMENTE que leiam esse post todinho. Minha querida amiga Jéssica de Bem, que além de ser uma anestesista maravilhosa, é médica paliativista e clínica da dor explicou tudo de forma muito direta para vocês. Vamos lá?
Em minha conversa com ela, o primeiro ponto ressaltado foi que SENTIR DOR FAZ MAL!
Sempre que sentimos uma dor não controlada (ou mal controlada) podemos ter:
Aumento da pressão arterial;
Aumento da frequência cardíaca;
Dificuldade para respirar;
Enjôos ou vômitos;
Retenção da urina;
Alterações hormonais;
Diminuição da imunidade;
Insônia;
Cansaço;
Medo e ansiedade.
Sabemos também que existem dores que são auto-limitadas, ou seja, passam sozinhas.
Eventualmente, existem outras medidas, que podem auxiliar. Como o uso da água quente, gelo, massagem, meditação, etc
Dores leves muitas vezes, podem ficar sem medicações.
Mas não é dessas dores que estamos falando!
Estamos falando de dores que possuem causas conhecidas, que já foram avaliadas e orientadas pela equipe assistente sobre como serem aliviadas.
Sendo assim, POR QUE TOMAR REMÉDIO?
Tratar a dor no início, previne os efeitos descritos anteriormente;
Previne que a dor fique intensa demais (e mais difícil de controlar depois);
Tratar a dor no início permite o uso de drogas mais “fracas” e com menos efeitos colaterais;
Lembrar que o remédio demora, em média, meia-hora para fazer efeito. Quanto antes tomar, menor a chance de sentirmos dores intensas.
Dito tudo isso, o ideal é que as medicações para controle da dor sejam tomadas quando:
Dor intensa;
Limitação funcional;
Dor que atrapalha o sono (dormir é FUNDAMENTAL!);
Dor que atrapalha a qualidade de vida;
Alteração de humor;
Sintomas importantes associados;
Dores que sabidamente são crônicas e/ou não vão passar;
Situações em que as dores são previstas (após cirurgias, por exemplo).
Não se auto-mediquem;
Acreditem e sigam a orientação dada por sua equipe. Não queremos ver vocês com dor!
E atenção: Muitos pacientes preferem tomar remédios que acreditam ser mais “fracos” e não imaginam seus efeitos colaterais quando usados de forma constante(como os anti-inflamatórios e paracetamol, por exemplo).
Por fim, quero agradecer à Jéssica por ter dividido esse conteúdo essencial conosco!
Quem nunca sentiu dor e não soube qual o melhor caminho a fazer?
Compartilha esse post e vamos ajudar mais gente!
Dúvidas? Deixem aqui nos comentários!