Quando tomar remédio para dor?

O AÇÚCAR!
Sempre que os pacientes referem que não estão sentindo alívio da dor (ou de outro sintoma) com alguma medicação que prescrevi, pergunto se estão tomando exatamente da forma que orientei. 🤔
Não é raro, ouvir respostas como essas:
🗣 “Tomei duas vezes quando senti dor, mas como não passou totalmente, deixei de tomar”
🗣 “Ahhh, não gosto de tomar remédios, preferi tomar só uma vez ao dia”
🗣 “Achei que ele era muito “forte” quando li a bula, preferi não tomar”
Pessoal, vocês não sabem como fico angustiada com essas respostas .
A primeira explicação que dou, é o exemplo do açúcar:
Imaginem que eu quero adoçar um café com açúcar e ao invés de colocar uma colher, ou duas, coloco apenas uma pequena pitada de açúcar.
O café não vai ficar doce! 😧
E não é porque o açúcar não adoça! Mas porque a quantidade colocada na bebida, não foi suficiente!
Assim acontece com os remédios. Existe uma dose ideal e uma forma correta de serem tomados. 💊
Algumas vezes, podemos associar medicações, pelos diferentes mecanismos de ação que possuem.
E isso é avaliado de forma individualizada, porque cada um de nós sentimos dor de formas diferentes. Estudamos o mecanismo de ação e os efeitos colaterais de todos eles. Acreditem!
Então por favor, por favorzinho, sigam as orientações, não fiquem sofrendo desnecessariamente e se ainda assim, não se sentirem seguros, tirem todas as suas dúvidas com sua equipe. 😊
Estamos aqui para VOCÊS.
Sugiro FORTEMENTE que leiam esse post todinho. Minha querida amiga Jéssica de Bem, que além de ser uma anestesista maravilhosa, é médica paliativista e clínica da dor explicou tudo de forma muito direta para vocês. 😍 Vamos lá? 👇
Em minha conversa com ela, o primeiro ponto ressaltado foi que SENTIR DOR FAZ MAL!
Sempre que sentimos uma dor não controlada (ou mal controlada) podemos ter:
🔸Aumento da pressão arterial;
🔸Aumento da frequência cardíaca;
🔸Dificuldade para respirar;
🔸Enjôos ou vômitos;
🔸Retenção da urina;
🔸Alterações hormonais;
🔸Diminuição da imunidade;
🔸Insônia;
🔸Cansaço;
🔸Medo e ansiedade.
Sabemos também que existem dores que são auto-limitadas, ou seja, passam sozinhas.
Eventualmente, existem outras medidas, que podem auxiliar. Como o uso da água quente, gelo, massagem, meditação, etc 😊
Dores leves muitas vezes, podem ficar sem medicações.
Mas não é dessas dores que estamos falando!
Estamos falando de dores que possuem causas conhecidas, que já foram avaliadas e orientadas pela equipe assistente sobre como serem aliviadas.
Sendo assim, POR QUE TOMAR REMÉDIO?
☑️Tratar a dor no início, previne os efeitos descritos anteriormente;
☑️Previne que a dor fique intensa demais (e mais difícil de controlar depois);
☑️Tratar a dor no início permite o uso de drogas mais “fracas” e com menos efeitos colaterais;
☑️Lembrar que o remédio demora, em média, meia-hora para fazer efeito. Quanto antes tomar, menor a chance de sentirmos dores intensas.
Dito tudo isso, o ideal é que as medicações para controle da dor sejam tomadas quando:
☑️Dor intensa;
☑️Limitação funcional;
☑️Dor que atrapalha o sono (dormir é FUNDAMENTAL!);
☑️Dor que atrapalha a qualidade de vida;
☑️Alteração de humor;
☑️Sintomas importantes associados;
☑️Dores que sabidamente são crônicas e/ou não vão passar;
☑️Situações em que as dores são previstas (após cirurgias, por exemplo).
⛔️ Não se auto-mediquem;
Acreditem e sigam a orientação dada por sua equipe. Não queremos ver vocês com dor!
E atenção: Muitos pacientes preferem tomar remédios que acreditam ser mais “fracos” e não imaginam seus efeitos colaterais quando usados de forma constante(como os anti-inflamatórios e paracetamol, por exemplo).
Por fim, quero agradecer à Jéssica por ter dividido esse conteúdo essencial conosco!
Quem nunca sentiu dor e não soube qual o melhor caminho a fazer?
Compartilha esse post e vamos ajudar mais gente!
Dúvidas? Deixem aqui nos comentários! 😉