Grau histopatológico e ki67 no câncer de mama.

Duas  perguntas que volta e meia recebo através das mídias sociais são sobre o grau histopatológico e sobre o ki67.  Mas afinal o que eles são e o que eles representam no tratamento do câncer de mama?

Vamos lá:

Normalmente a história começa quando a paciente palpa em sua mama algum nódulo ou quando em exames de rotina, seja mamografia ou ultrassonografia das mamas, é notado alguma alteração. Após avaliação do médico, é solicitada uma biópsia. A biópsia, nada mais é do que a retirada, através da agulha, de um pedacinho daquele nódulo ou daquele tecido alterado visto no exame de imagem.

Assim que colhido, esse material é levado ao laboratório de patologia. Lá, o médico patologista vai processar este pequeno fragmento de tumor e observá-lo no microscópio. Este médico tem um longo treinamento e é capaz de dizer, a partir da aparência do tumor ao microscópio, qual é o diagnóstico, qual o tipo da doença, descrever suas características, comportamento e seu grau.

Dentre todos esses itens, vamos falar sobre dois: O grau histopatológico e o ki67.
  • O grau histológico, também conhecido como grau de agressividade, mostra  a velocidade que o tumor cresceria se não fosse feito nenhum tratamento. Quanto mais alto o grau, mais agressivo o tumor. Existem três graus de agressividade para o câncer de mama:grau 1 – células que são parecidas com as células normais da mama e que crescem devagar
    grau 2 – células que parecem menos com as células normais da mama e que não crescem tão devagar
    grau 3 – células diferentes com as células normais da mama e que crescem rapidamente
  • O ki67, é uma proteína do núcleo da célula do câncer de mama que é medida em % e reflete a velocidade de proliferação (multiplicação celular) celular. O patologista faz essa avaliação no tecido  da biópsia e avalia esse percentual. Em geral, usamos como valor de corte 15%. Significa que em 100 células presentes na peça, 15 estão em divisão. Quanto maior o número de células, supostamente mais agressivo será o tumor.

Mas atenção: esses dois itens avaliados isoladamente não têm grande papel para avaliar o quanto agressivo é o tumor, nem para definir o tratamento. Ambos, são avaliados em conjunto com o tamanho do tumor, os linfonodos da axila, receptores hormonais, her 2, idade do paciente, etc. Não esqueçam disso!

Sozinhos, eles não determinam nada!

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