Todo dia ouço essa pergunta: “Dra, não vai pedir aquele exame que vê tudo?” Vamos esclarecer então os principais pontos sobre o tão famoso “PET”: O PET/CT é um dos exames de imagem mais modernos na oncologia. Ele combina duas modalidades de exame, a tomografia, e a emissão de pósitrons, capaz de detectar a atividade metabólica das células do corpo.
PET/CT é um evolução do PET-Scan. Mas, há vários anos, não existe em nenhum local do mundo a fabricação de equipamentos PET simples (sem Tomografia, CT). No Brasil, praticamente todos os PET-Scans correspondem a equipamentos PET/CT.
Como funciona? O câncer consome mais nutrientes que o restante das células normais. Logo, quando a glicose com uma substância que tem pouquíssima radiação (o FDG) é injetada, rapidamente as células cancerígenas começam a consumi-lo. O aparelho (PET) então identifica onde está acontecendo este consumo de açúcar, gerando uma imagem destes locais do corpo através da Tomografia, TC).
O PET é um exame COMPLEMENTAR, ele complementa avaliações que não foram completas em outros exames (tomografias comuns, por exemplo). Não deve ser usado em pessoas saudáveis, pois muitas vezes, identifica áreas de infecção, inflamação e áreas normais do corpo que também consomem muitos nutrientes.
Não são todas as pessoas com câncer que precisam realizar o PET. Na maioria dos casos a tomografia sem o PET é capaz de dar as informações que precisamos.
O exame deve ser feito apenas em casos específicos.
Em geral, reservamos este exame para avaliar a extensão de metástases, distinguir tumores benignos de malignos, observar a evolução do tratamento oncológico, entre outras indicações.
O fato de usarmos açúcar no exame não quer dizer que o tumor se alimenta exclusivamente de açúcar. Usamos o açúcar porque é uma substância que pode ser injetada no corpo, sem maiores consequências. Se usássemos gordura, por exemplo, também haveria consumo aumentado no tumor. Mas não podemos usar gordura, já que ela “entupiria”os nossos vasos.
O PET é extremamente útil, mas sua indicação é definida caso a caso, de forma individual. Fazer o exame sem indicação, pode gerar ansiedade indevida e até, confundir a condução do tratamento.
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