É o maior evento de Oncologia na Europa.
Óbvio que eu não iria deixar de trazer as novidades para vocês, no que diz respeito ao Câncer de Mama ( mesmo estando no meio do Outubro Rosa).
Vamos lá!
Abenaciclibe
( um inibidor de Cíclica, tem post aqui sobre ele)
Adjuvante ( após a cirurgia) por 2 anos junto aos bloqueadores hormonais em pacientes de alto risco seguem se mostrando benéficos.
O nome do estudo é MonarchE, está completamente 5 anos em curso e segue com bons resultados ( Isso é muito importante cientificamente!).
Não costumo colocar dados que ainda não possam ser usados na prática ( ao meu ver, aumenta a ansiedade e pode trazer confusão a respeito do que já é comprovado), mas achei MUITO interessante a proposta de uso de imunoterapia neoadjuvante ( antes de operar) em ALGUMAS pacientes hormônio-positivas.
Por enquanto só usamos nas triplo-negativas, quem sabe em breve teremos mais essa aprovação.
TRASTUZUMABE DERUXTECAN ( essa é uma medicação que cada vez mais conquista o coração dos oncologistas.)
Nesse congresso, ela reafirma seu papel nas pacientes matastaticas HER2-LOW (tem post sobre isso aqui e no nosso Instagram!) é também mostra ação importante mas pacientes com metástase cerebrais.
FOCO no manejo dos efeitos colaterais e na qualidade de vida das pacientes em uso de bloqueadores hormonais, seja tamoxifeno ou inibidores da Aromatase ( o que mais temos são posts sobre eles).
A adesão ao tratamento chega a cair 30% devido aos sintomas, e os oncologistas FALAM MUITO POUCO sobre isso com as pacientes.
O congresso teve VÁRIAS salas trazendo a importância desse tema.
Ah! E numa das mesas quem esteve presente era uma das musas do tratamento do câncer de mama, Martine Piccart, e uma paciente dizendo como os oncologistas estão longe de atuar bem nesse sentido!
A estratégia discutida para melhorar esses aspectos foi de investirmos na boa comunicação entre profissionais e pacientes e no “letramento” do nosso público. Conhecimento é poder!
Nessa conversa também entrou a questão do Abemaciclibe ( falando anteriormente). O benefício existe, mas as toxicidade também. Precisamos dar as mãos ao paciente nesse contexto!
Fico feliz de ver esse assunto tão presente! Uma coisa sou eu repetindo isso todos os dias, outra é a voz de Martine Piccart ao lado de uma paciente! (🤣)
POR FIM, MAS NAO MENOS IMPORTANTE:
Atividade Física
2 Estudos reforçam o papel do oncologista em encorajar seus pacientes a se manterem ativos durante o tratamento.
Dados que chocam: apenas 9% dos pacientes são suficientemente ativos e 60% afirmam que a questão sequer é abordada nas consultas.
Preocupante.
Além do texto acima, vale ressaltar algumas sessões:
• Droga nova chegando: o DATOPOTAMAB- DERUXTECANA para tumores metastáticos receptores hormonais positivos, HER2 negativos. Um resultado excelente e superior às quimioterapias. Mais uma opção QUE AINDA VAI CHEGAR para usarmos na sequencia de tratamento dessas pacientes;
• Como promover resiliência em toda a trajetória do tratamento;
• Estratégias para melhorar o acesso aos medicamentos através da participação ATIVA dos pacientes;
• O papel da prevenção foi MUITO falado! Hábitos de vida (exercícios, alimentação, etc) salvam e ainda abordamos pouco esse tema. Muito pouco!
• Poluição (sim, ela aumenta o risco de câncer de mama!), aquecimento global e dificuldade de acesso ao tratamento de pessoas que vivem em áreas marginalizadas, refugiados, etc. Questões sociais são URGÊNCIAS!