Repulsa ao Outubro Rosa?

Repulsa ao Outubro Rosa?

Tenho visto críticas ao OUTUBRO ROSA.

Entendo que a aparente banalização do uso do rosa traz a sensação da perda do foco.

Algumas ponderações:

a campanha começou em 1990 para compartilhar informações, promover a conscientização, proporcionar acesso aos serviços de diagnóstico, tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.

Num tempo onde pouco se falava de hábitos de vida, cuidados paliativos, entre outros.

Existem VÁRIAS formas de atuar nesse sentido, POR EXEMPLO:

Falar do papel da mamografia (a partir dos 40 anos). Quanto antes o diagnóstico, maior a chance de cura e menor a necessidade de tratamentos agressivos.

Enfatizar que o autoexame é necessário. TODOS devemos conhecer bem o próprio corpo. Nosso país tem índices altos de tumores grandes (1). Muitas pacientes não fazem mamografia por dificuldade de acesso e poderiam ter diagnóstico mais cedo se apalpassem suas mamas!

Desmistificar. Fake news correm à solta.

Mulheres se culpam por inúmeros motivos que não têm relação NENHUMA com as causas possíveis. ALIÁS, a campanha também é para ACOLHER! A palavra “CULPA” deve ser eliminada.

Tiremos mais esse peso da caminhada!

Focar em hábitos de vida saudáveis.

Eles PREVINEM 20-30% dos casos (algumas pesquisas falam até em 90%!), diminuem a recidiva e melhoram a qualidade de vida.

Vivemos num país com um percentual ENORME de sedentários. Não se muda hábitos de alguém de um dia para o outro, e para que isso aconteça temos que insistir nesse tema SEMPRE!

Falar de autoestima, sexualidade, saúde mental e autocuidado em QUALQUER estágio da doença.

Eles interferem DIRETAMENTE na qualidade de vida e aderência ao tratamento.

O paciente bem informado tem mais forças para buscar ajuda.

Falar de cuidados paliativos. Sempre e muito!

Para que os pacientes tenham acesso e melhor qualidade de vida!

Falar para TODOS!

Independentemente do sexo, raça, idade e condição.

Sabemos que a participação de negras em pesquisas é pequena, que pouco se fala da doença na população LGBTQIA+ e que a incidência da doença já é grande em menores de 50 anos (!).

Se conseguirmos tocar mais pessoas, se cada um receber um pouco dessas informações, se o rosa ajudar a aumentar o número de mamografias feitas no mês (sabemos que aumenta!), já está valendo.

Dificilmente num post, aula ou live TODOS esses temas serão contemplados.

Lindo mobilizar alguém em prol da saúde!

Outubro Rosa é isso!

Então, quando virem um monumento iluminado de rosa ou um laço na blusa de alguém, chequem se seus exames estão em dia, revejam seus hábitos de vida ou até mandem uma mensagem para alguém que esteve ou está em tratamento.

Assim, também salvamos vidas.

Sigamos com doçura, SEMPRE.

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