Anastrozol, Letrozol, Examestano e seus efeitos colaterais
No último post sobre essas medicações (os inibidores da aromatase) explicamos porque elas são prescritas e como funcionam.
Partindo desse ponto, já sabemos que há uma queda importante do estrogênio circulante e, assim, há uma diminuição da lubrificação das articulações do nosso corpo.
O que isso quer dizer?
No local onde nossos ossos se unem (as tais articulações), existe um líquido (chamado sinovial) que ajuda a diminuir o impacto entre eles. A diminuição desse liquido pode ocasionar a dor.
Esse sintoma acomete 3 a cada 10 mulheres que usam as medicações, e além da dor pode haver rigidez nessas áreas ao se levantarem pela manhã.
É a famosa “dor nas juntas!”
Além da dor, preferencialmente nas pequenas articulações (dedos das mãos e pés), algumas vezes observamos dores musculares, principalmente nas panturrilhas (batatas das pernas) e até coxas.
O grande alerta deste post é:
buscar qualidade de vida é essencial.
E, SIM, temos muito a fazer!
“Mas faz parte, quando parar de tomar, melhora”
NÃO!
Mesmo sendo um efeito colateral relativamente comum, não é correto passar todos os anos em uso do remédio, sofrendo!
E como melhorar?
EM PRIMEIRO LUGAR: atividade física
Não existe um exercício específico.
O essencial é nos manter em movimento, não ficar esperando a vontade chegar (porque às vezes ela não vem) e estabelecer uma rotina.
Muitas pacientes dizem que não gostam de se exercitar, até porque não trouxeram esse hábito consigo ao longo da vida. Costumo perguntar a elas se gostam de tomar remédios, ficar paradas no trânsito ou ficar em filas. Ninguém gosta!
Sempre temos que fazer coisas que não gostamos na vida, não é mesmo?
Então, gostando ou não, temos que entender que exercícios são REMÉDIOS, diminuem as dores, aumentam nossa disposição, melhoram o sono, diminuem o cansaço, ajudam na perda de peso, melhoram a saúde de nossos ossos, diminuem o risco da recidiva do câncer (quando a doença volta), entre muitos outros benefícios!
Lembrando que a dor não some em um dia, é uma construção diária de autocuidado e autocompaixão.
Percebemos a melhora ocorrer aos poucos e continuamente.
E não, pessoal, não estou dizendo que é simples. Caso a dor seja intensa, vale começar com exercícios de menor impacto, como a hidroginástica. E para animar, convidar amigos para irem com você. Busquemos sempre uma saída!
Não esqueçam de contar sempre com a orientação de um educador físico ou fisioterapeuta!
ACUPUNTURA
Sim, é comprovado cientificamente com altos níveis de evidência. E além de melhorar as dores, pode ajudar na qualidade do sono, ansiedade, entre outros.
Tanto a atividade física como a acupuntura são abordagens da Medicina Integrativa. E, sim, abordagens integrativas ajudam muito nessa caminhada. Não apenas por agir diretamente nas dores, mas porque proporcionam relaxamento, diminuem as tensões musculares, tiram o foco das dores, promovem o autocuidado, entre outros.
Trazem o foco para o paciente como um todo e não para a doença.
Assim, gosto sempre de lembrar da yoga, meditação, massagens, dieta, encontros com amigos, contatos com a natureza, entre muitas outras abordagens.
Mas tem gente que não melhora fazendo isso tudo?
SIM!
Nesse caso, podemos discutir a troca de medicação, mas raramente é necessária.
Vale lembrar que, eventualmente, o acompanhamento de ortopedistas e reumatologistas é necessário. Não raro, pacientes obesas que já tinham algum problema no joelho não resolvido (artrose, por exemplo) atribuem a dor ao remédio e deixam de lado o tratamento essencial para outras questões.
Autocuidado sempre!
Em breve abordaremos outros sintomas e daremos dicas de como ajudar.