Assim, chegamos ao fim. Nessa série sobre hormonioterapia, tivemos 5 posts falando sobre o Tamoxifeno e mais 5 sobre os Inibidores da Aromatase.
Questões como aumento de peso, fogachos (calores da menopausa), ressecamento vaginal, fadiga (cansaço), trombose, menstruação, osteoporose e dores articulares foram abordadas e desmistificadas.
Quem perdeu algum, é só voltar nos posts anteriores. Vocês vão gostar!
E para terminar, acho que vale a pena explicarmos um pouco sobre o que encontramos na BULA desses remédios. Vejo muitas pacientes lendo a bula atentamente antes de começar a usar as medicações e se assustando muito com o que encontram nela.
Sugiro à todos que fizeram isso, lerem também as bulas das medicações que usam todo dia. Assim verão que drogas comuns, como a dipirona, possuem listas igualmente grandes de efeitos colaterais.
Não que eu ache errado ler as bulas. De forma alguma. Mas para fazê-lo, é importante entender o que elas dizem. Trazendo esse olhar para a bula do LETROZOL, por exemplo. Lá está escrito:
Reações adversas muito comuns
Aumento do nível de colesterol;
Ondas de calor;
Aumento da transpiração;
Cansaço (incluindo fraqueza e indisposição (mal-estar geral));
Dor nos ossos e juntas (artralgia).
Quando a BULA diz MUITO COMUNS, ela fala sobre uma frequência em mais de 10% das pacientes em uso. Dito isso, devemos entender coisas importantes:
Não são todas as pessoas que terão esses efeitos;
Cada pessoa que sentir, sente em intensidade variada;
A maioria das reações adversas são leves a moderadas e geralmente desaparecem após alguns dias ou algumas semanas de tratamento;
E vocês que acompanham meus posts, já sabem, que temos várias formas de acompanhar e manejar todos esses sintomas, com medicações novas ou sem.
Vale lembrar, que nos posts que fiz anteriormente, coloco a frequência de cada um desses sintomas, na prática.
Nessa mesma bula encontramos 20 (VINTE!!!! ) sintomas ditos como COMUNS. Mas, o que a bula chama de COMUM, são efeitos colaterais em 1-10% das pacientes! É de novo, são efeitos que conseguimos contornar em boa parte dos casos.
A rotina do paciente oncológico é acompanhada de muitos mitos. Mais que isso, são muitos tratamentos em várias etapas que vão de encontro a uma pessoa que já está cansada, assustada e fragilizada.
Temos que ter cuidado com o que lemos e SEMPRE TIRAR DÚVIDAS com os profissionais que estão conosco. Devemos sempre lembrar que cada paciente é único e a parceria com a equipe de saúde é sempre o melhor caminho.
Assim será:
Seguiremos sempre com um tripé bem firme:
o profissional de saúde;
os tratamentos;
o paciente.
Que todos consigam cumprir seu papel de forma resolutiva e amorosa.
E qualquer dúvida, contem comigo!