Como saber se meu tratamento está “fazendo efeito”?

Como saber se meu tratamento está “fazendo efeito”?

Você também…
…já perguntou ao seu oncologista por que teria que fazer mais tratamento já que o tumor já foi retirado?
Essa pergunta é MUITO frequente no meu dia a dia!
E como todas as dúvidas que chegam até mim, venho esclarecê-la.
Para não perder o hábito, vou responder com a palavra que mais aparece aqui:

DEPENDE…

Por exemplo:
Em pacientes que fazem quimioterapia NEOADJUVANTE (ou seja, antes de operar), conseguimos avaliar a resposta ao tratamento.

Tanto através de exames de imagem (como mamografia, ressonância, etc), como pelo próprio exame clínico (palpação da mama, por exemplo), em tumores maiores.

Nesses casos, se o tratamento não estiver alcançado a resposta esperada, podemos avaliar a troca de tratamento.

Segundo tipo de paciente:
Já operou (o tumor foi removido!), não apresenta doença em outros órgãos e está fazendo quimioterapia/bloqueio hormonal (tamoxifeno, anastrozol, letrozol, etc) ADJUVANTE (depois de operar).

Nesse caso, o tratamento é feito para diminuir o risco de recidivas (o risco da doença “voltar”). Sempre dou como exemplo as vacinas que tomamos – para hepatite, tuberculose, etc.

Não temos como avaliar o efeito delas, porque elas são dadas para PREVENIR doenças.

É comum pedirmos exames durante esses tratamentos e cada médico segue uma rotina de acordo com o tipo de câncer, com o perfil do paciente e o estágio que a doença foi diagnosticada.

Mas não é uma forma direta de medirmos se o tratamento em questão está fazendo efeito

Terceiro tipo de paciente:

Pacientes que apresentam metástases.

Novamente a resposta é depende…

Pacientes que possuem metástase em vários órgãos ou uma apresentação mais agressiva da doença normalmente realizam exames com intervalos menores.

Eles vão avaliar se o tratamento está “fazendo efeito”.

Pacientes que alcançaram uma boa resposta e já estão fazendo tratamento há mais tempo OU aqueles que possuem um volume menor de doença podem fazer exames com menor frequência.

Essas escolhas também variam de acordo com o profissional, com o estado geral do paciente, entre VÁRIOS outros fatores.

Nesses casos, se houver uma piora dos exames, uma nova abordagem de tratamento será discutida.

Vale lembrar que sempre que temos o diagnóstico de alguma doença ameaçadora da vida, já há indicação do acompanhamento conjunto com os CUIDADOS PALIATIVOS.

Então, esse grupo de pacientes já pode (e deve) ser encaminhado para tal.

(quem tem dúvidas sobre o tema, temos vários posts sobre ele aqui na página)

É importante ressaltar que, independente do tratamento, a qualidade de vida do paciente É ESSENCIAL!

Dessa forma, é sempre importante sinalizar aos profissionais de saúde todos os sintomas presentes.

Temos várias formas de amenizá-los (também temos vários posts sobre esse tema por aqui) e caso não consigamos, podemos avaliar a troca, redução de doses, etc.

Estamos JUNTOS nessa!

Quem quiser deixar mais dúvidas nos comentários, fique à vontade. Quem sabe sua pergunta não vira um post?