Trecho do meu livro “Como estamos?”, página 80, capítulo 81:
” Fui também a casa de um amigo de infância, visitar seu bebê. Encontrei ainda, um casal amigo de longa data. Todos sabiam o que meu pai estava passando. No período em que estive lá, apenas uma pergunta sobre como ele estava. Respondi brevemente, mas percebi que logo, o assunto seguiu por outro caminho e se perdeu. Até hoje não sei se as pessoas realmente se preocupavam comigo e não se sentiam a vontade de se aprofundar no tema ou se, simplesmente, não se importavam muito. Ou não tinham noção de como estava difícil e como era complicada a situação. Afinal, nunca vou saber. E francamente, não muda nada.”
Como os amigos devem agir, então?
Depois que alguns amigos leram meu livro, vieram me dizer que não imaginavam como eu estava sofrendo e perguntaram porque não alertei a eles. Quem viveu o câncer de alguma forma, sabe que tem horas que o que queremos é ficar dentro de uma concha quietos, mas ao mesmo tempo, queremos muito carinho. Mas como os amigos devem agir, então? Acho que não tem uma fórmula mágica, mas quando perguntar como ele está no meio de uma festa ou em um evento repleto de pessoas, saiba que, será pouco provável que ele fale tudo que gostaria. Eu sei, porque sempre que eu falava sobre, queria chorar.
Então, que tal separar um dia e ir até a casa do seu amigo e conversar com ele ou simplesmente ficar perto? E… dar um abraço! As vezes, não precisamos de palavras, só de gestos! E amor, pode ser mostrado através de carinho, e cuidados no dia-a-dia.
De tudo isso, aprendi, que aqueles que realmente são amigos, souberam exatamente de tudo, porque estavam de fato ao meu lado, através de cuidados que só quem ama, sabe ter. E sou muito grata por isso.
Vocês são/ foram fundamentais!
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