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e a população trans?
Por que precisamos falar deles?
No Brasil, os transgêneros chegam a quase 1% da nossa população. Ou seja, mais de 1,3 milhões de pessoas. Acredita-se que esse número seja muito subestimado, pois muitos ainda escondem e/ou não são reconhecidos.
Em geral, fazem uso de grande quantidade de hormônios, o que pode aumentar o risco de apresentar câncer de mama.
Quando buscam atendimento muitas vezes são discriminados, o que pode desestimulá-los.
Por que não existem tantos estudos?
Grande parte dessa população ainda tem menos de 50 anos (a maior incidência do câncer de mama é a partir dos 50-60 anos), pois os tratamentos para mudança de gênero têm pouco tempo de liberação e acesso.
A expectativa de vida é menor do que a população geral devido a questões econômicas, maior incidência de outras doenças, menor acesso ao sistema de saúde, maior risco de violência, etc.
Algumas definições
Disforia de gênero: sofrimento intenso com o sexo original, principalmente no período da puberdade. Além disso, está presente um desconforto ao serem cobrados pela sociedade e agirem como membros do sexo que não se identificam.
Cisgênero: corresponde a uma pessoa cuja identidade de gênero coincide com o sexo biológico.
Transgênero: é um individuo cuja identidade de gênero difere em diversos graus do sexo do nascimento.
Transexual: é a pessoa que busca ou passa por uma transição social que pode incluir a transição por tratamentos hormonais ou cirúrgicos a fim de se assemelhar com sua identidade de gênero.
Homem transexual: homem que foi designado ao sexo feminino quando nasceu, contudo este se atribui ao gênero masculino.
Mulher transexual: mulher que foi designada ao sexo masculino quando nasceu, contudo esta se atribui ao gênero feminino.
Mulher trans: uso de hormônios femininos com ou sem bloqueadores de androgênios. O uso de hormônios femininos aumenta o risco de câncer de mama. Vale lembrar que a terapia nas mulheres transgênero envolve quantidades grandes de hormônio e tempo prolongado.
Homens trans: uso de hormônios masculinos. Apesar de poucos estudos sobre o assunto, acredita-se que o uso de hormônios masculinos aumenta o risco de câncer de mama por alguns motivos: parte destes hormônios é convertida em hormônios femininos e alguns tumores podem ter receptores de androgênio.
Homens trans: mastectomia masculinizadora. A retirada das mamas diminui o risco de câncer de mama, conforme já foi demonstrado em estudos com mulheres de alto risco. Estima-se que esta redução seja de 80% a 90% no risco durante a vida.
Resumindo
Mulheres trans: tem cerca de 2% a 3% de risco de câncer de mama durante a vida.
Isso é bem maior que os homens cisgênero e menor que as mulheres cisgênero.
Homens trans: tem cerca de 2% de risco de câncer de mama. Novamente menor que mulheres cisgênero e maior que homens cisgênero.
Lembrem
Hábitos de vida saudáveis sempre são bem-vindos e podem mudar a sua história.
Antes, durante e depois do diagnóstico e tratamento.