Tardo mas não falho!
Um ”resumão” para vocês do que realmente impacta ou impactará EM BREVE minhas condutas no consultório.
Impossível falar de tudo que eu gostaria, mas o que eu quero é trazer a certeza de que estamos caminhando a passos largos! 💪
São nomes difíceis, eu sei. E são uma linda construção para novos caminhos no combate ao câncer de mama. ☺️ Vamos juntos! 💞
📌 Novidades no Tratamento do Câncer de Mama
Essa é uma atualização que eu estava devendo pra vocês.
Mas cá estou, para trazer alguns dos estudos relevantes no tratamento do câncer de mama em 2021. Longe de conseguir trazer todos mas, ao meu ver, esses foram o que mais me impactaram na prática.
Umas das coisas mais bonitas na Oncologia é vermos a rapidez com que novos trabalhos saem, trazendo novos tratamentos e abordagens para nossos pacientes. 💚
📑 O estudo chamado KEYNOTE-522, consolidou o papel da associação do imunoterápico Pembrolizumabe (Keytruda) à quimioterapia neoadjuvante (antes de operar) e seu uso após a cirurgia, em pacientes com tumores TRIPLO NEGATIVOS (temos posts sobre ele aqui).
Houve aumento significativo da resposta completa e tempo livre de doença.
Cada vez, novas possibilidades a esse grupo!
Por enquanto, já temos a aprovação da droga pelo FDA, órgão regulador dos Estados Unidos.
Esperamos em breve, a aprovação pela ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária do Brasil).
📑 Tivemos a aprovação pela ANVISA da medicação Abemaciclibe para pacientes com receptores hormonais positivos (Luminais) de alto risco na adjuvância (depois de operar).
A droga, que é um inibidor de ciclina 4/6 (temos posts aqui sobre ele também!), apresentou aumento de sobrevida livre de doença. Esse é um critério importante para os estudos.
Importante destacar que consideramos tumores de alto risco aqueles com mais de quatro linfonodos positivos na axila, após a cirurgia e aqueles com 1 ou 3 linfonodos acometidos mais um dos seguintes fatores: maior que 5 cm, grau III e ki67 maior que 20. 📈
Esses detalhes estão nos exames entregues após a cirurgia + biópsia (laudo histopatológico e imunohistoquímica). 🔬
📑 O estudo OLYMPIA foi apresentado na ASCO 2021 (que é o maior congresso de oncologia do mundo!) e também mudou nossa prática clínica.
Nele, vimos que pacientes com a mutação BRCA (visto através de teste genético, quando indicado), HER2 negativo e de alto risco (seguindo critérios específicos) devem fazer uso do Olaparibe (Lynparza) por 1 no após o tratamento padrão com a quimioterapia. 🧬
Houve aumento de sobrevida livre de doença. Estamos aguardando a liberação da ANVISA para uso no Brasil.
📑 O KEYNOTE 355 também foi atualizado, mostrando resultado com o uso do Pembrolizumabe, mas dessa vez em pacientes triplo negativas com alta expressão de PDL-1. com metástases ou doença avançada junto à quimioterapia.
Houve redução de morte e redução de risco de proteção.
Vale reforçar que nem todas as pacientes triplo negativas se beneficiam com a imunoterapia. Esse número gira em torno de 40% e cabe ao oncologista pedir os exames adequados para definir esse caminho.
Usar tratamentos sem a indicação adequada além de aumentar efeitos colaterais possíveis, atrasam o benefício que o paciente pode vir a ter com o tratamento correto.
📑 Destiny Breast-03
Pacientes Her-2 positivos (temos posts dele!) com doença metastática/avançada, que já fizeram uso de taxanos e trastruzumab (herceptin), receberam uma droga nova chamada T-DXd (Enhertu) e foram comparados ao uso do que era o padrão até então (T-DM1 / Kadcyla).
Lembrando que a ASCO 2021 enfatizou o papel da HUMANIZAÇÃO, além da ciência em nossa prática clínica. 💛
Com Lori Pierce, uma mulher negra como presidente, a abertura do evento abordou as disparidades étnicas, sociais, de gênero e raciais. 👩🏾
Pela primeira vez, tivemos um trabalho liderado por pacientes! Com objetivos importantes, duas coisas me chamaram a atenção: a conclusão de que muitas vezes, diminuir a dose do tratamento não só não diminui a eficácia do tratamento, como aumenta a aderência.
E o destaque para o papel do diálogo: O PACIENTE PRECISA SER OUVIDO! 👂
📑 Lembrem que, não é porque temos opções novas, que as já padronizadas foram abandonadas.
As medicações que já são usadas continuam trazendo respostas importantes em nosso dia-a-dia.
Além disso, lembrar que o espaço aqui é pequeno e é impossível me aprofundar nos trabalhos, bem como falar de todos os que gostaria.
O objetivo de forma alguma foi trazer detalhes sobre cada um deles, mas mostrar que cada vez chegam mais medicações para o tratamento.
Isso é muito bom! 👏
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