Qual a chance de cura do meu “tipo” de câncer de mama? Essa é a pergunta que mais recebo!
Em segundo lugar, vem o nosso amigo Tamoxifeno, dono de tantos posts por aqui.
Mas antes da resposta, precisamos falar QUAIS são os chamados “tipos” de câncer de mama:
Classificação
Luminais A
Apresentam RE+, RP+, Her 2 negativo e Ki 67 < 14%
Luminais B
RE + e/ou RP+, Her2 negativo e Ki 67 > 14%
Her 2 positivos
Tumores que apresentam Her 2+
Triplo Negativos
RE-, RP-, Her 2 –
“Mas Dra, isso é muito complicado. Onde vejo isso?”
É mais simples do que parece!
Quando a biópsia da mama é feita, o primeiro exame que recebemos se chama laudo histopatológico. Nele, vemos qual o tipo histológico do tumor: carcinoma ductal in situ, ductal infiltrante, lobular infiltrante etc.
Depois, recebemos um segundo laudo (também feito a partir da biópsia), que se chama laudo imunohistoquímico.
Lá estão essas informações! Aliás, esses exames são os documentos que comprovam a existência da doença! Devem ser guardados para SEMPRE!
O que querem dizer essas siglas?
Essa pergunta é importante!
RE = Receptor de estrogênio
RP = Receptor de progesterona
Quando positivos, nos dizem se o tumor tem receptores que se ligam ao estrogênio e à progesterona para crescer. De uma forma MUITO simplificada, nos diz se o tumor em questão “se alimenta” desses hormônios para crescer.
HER2
HER2 é uma proteína na parte externa das células mamárias que promove o seu crescimento. As células cancerígenas com níveis mais elevados que o normal de HER2 são denominadas HER2+.
Ki67
Trata-se de uma substância liberada durante a divisão das células do câncer. Portanto, os tumores que se dividem mais tem Ki-67 mais elevado.
Mas a pergunta é se meu tipo de câncer é curável
Sim, porque TODOS os tipos de câncer são curáveis caso sejam diagnosticados precocemente.
Por isso, tantas campanhas para a realização de mamografias.
Mas meu tipo de câncer é mais agressivo?
Gosto sempre de fazer uma comparação para vocês entenderem:
Imagina que chego até vocês e falo que quero vender meu carro usado, dizendo que ele é um carro da marca X.
Com essa única informação, vocês conseguem saber em quais condições está esse carro? Mesmo que seja uma marca boa, vocês vão me perguntar de qual ano ele é, quantos quilômetros rodados ele tem, quantos donos ele teve, se já teve alguma batida e por último, vão querer vê-lo, estou correta?
É assim com o câncer de mama. Saber que trata-se de um tumor triplo negativo, por exemplo, não nos diz tudo que precisamos saber para falar sobre cura.
Precisamos saber o tamanho do tumor, grau, avaliação da axila, idade da paciente, saber se está na menopausa, história familiar, examinar a paciente, etc.
Por isso sempre digo que o câncer de mama não é uma doença. São várias! E cada pessoa é única. Nunca teremos todos esses itens citados, iguais entre duas pacientes.
Por isso, nunca comparem seu diagnóstico e tratamento com o de outra pessoa.
Entender tudinho que está escrito nos exames que vocês fazem, ajuda muito na caminhada oncológica.
Há quem prefira não saber de nada para se poupar de novos fantasmas. Acho justo também. Cada um sabe onde “seu calo aperta”.
Seja você pertencente ao primeiro, ou ao segundo grupo, eu estou aqui!
Hoje trouxe a resposta para uma das perguntas que mais respondo nas mídias. Vale compartilhar, porque ela é MUITO MUITO MUITO recorrente!
Sempre vale ajudar alguém.