Resumo Asco 2021

⚠️EQUIDADE
PARA CADA PACIENTE. TODOS OS DIAS. EM TODOS OS LUGARES.
A ASCO é o maior evento de oncologia do mundo. Anualmente, nossa prática é revisada e novas drogas chegam.
No segundo ano online, não perdeu o brilho. Além da ciência, a humanização vem firme para o debate. Com Lori Pierce, uma mulher negra como presidente, a abertura do evento abordou as disparidades étnicas, sociais, de gênero e raciais.
Tivemos painéis interessantes no tema, incluindo um que mostrou um levantamento com mais de 8mil participantes em estudos para aprovação de drogas pelo FDA entre 2018/19. Nele, apenas 5% eram negros. Esse dado, mostra como é diferente o acesso ao tratamento. Será que temos essa grande diferença no Brasil?
Alguns estudos em mama:
📣Olympia: Uma droga que já estava aprovada para pacientes com metástase e mutação de BRCA, mostrou benefício também para pacientes de *ALTO risco* após cirurgia da mama(adjuvante). Como sempre falo: MUITA CALMA NESSA HORA! O benefício não alcançou parâmetros importantes para nós(chamamos de sobrevida global)AINDA. Mas já fica a “pulga atrás da orelha” e a atenção para novos caminhos;
📣 O olhar para o “descalonamento”(diminuir a quantidade de tratamento): alguns trabalhos avaliaram se pacientes de MUITO baixo risco poderiam abrir mão tanto da hormonioterapia. Cada vez mais estamos selecionando quem deve receber mais ou menos tratamento. Isso é muito bom!
📣 Em pacientes triplo-negativas que fizeram quimioterapia antes de operar, eventualmente fazemos “xeloda” após a cirurgia. Tivemos um estudo que avaliou o uso de outra droga(cisplatina) nesse papel. Não houve o mesmo resultado. Então, fica consolidado o papel do xeloda nessa situação.
📣Pela primeira vez, tivemos um trabalho liderado por pacientes! Com objetivos importantes, duas coisas me chamaram a atenção: a conclusão de que muitas vezes, diminuir a dose do tratamento não só não diminui a eficácia do tratamento, como aumenta a aderência. O destaque para o papel do diálogo.O PACIENTE PRECISA SER OUVIDO!
Efetivamente, não foi uma ASCO com muitas novidades em termos de drogas, mas certamente uma edição que fica marcada pela Humanização. É esse o caminho!