Estava devendo esse post!
Há uma semana aconteceu o San Antonio Breast Cancer Symposium. Um evento anual, imenso, lindo e inteirinho sobre #cancerdemama.
Ser virtual, não tirou o brilho de estar entre os maiores ícones da oncologia mamária, mas não foi um evento que trouxe grandes novidades para nossa prática😥.
Congressos são assim, uns com muitas surpresas, outros com menos.
Trouxe alguns destaques para vocês terem uma ideia de para onde temos caminhado💪🏽:
✔RX-PONDER: Avaliou o papel da quimioterapia em pacientes com linfonodos positivos, que fizeram um teste chamado ONCOTYPE e nele, tiveram um risco de recidiva baixo. Precisaria de um post inteiro para falar sobre isso(e teremos), mas a conclusão é que pacientes na menopausa 🚫NESSE PERFIL, não se beneficiam com quimioterapia, enquanto as que não estão na menopausa merecem um olhar mais cauteloso;
✔PRIME-2: Avaliou a possibilidade de se omitir a radioterapia em idosas de baixo risco após a cirurgia conservadora. É legal saber que existe essa possibilidade e lembrar que a decisão é feita SEMPRE caso-a-caso;
✔ MONARCH-E: Um estudo com mais de 5000 mulheres de alto risco, avaliou o benefício dos inibidores CDK4/6(tenho post sobre eles aqui), junto com a hormonioterapia nas pacientes que operaram o câncer de mama. As curvas mostram que provavelmente, em breve, teremos mais esse tratamento junto ao nosso arsenal!
✔CONTESSA: Lembram da quimioterapia branca (taxanos)? Agora temos um taxano oral! O estudo já mostra algum benefício e acredito que mais para frente, ele entrará como opção para pacientes com metástases;
✔PTH Trial: Como não podia deixar, trago um estudo com práticas de #medicinaintegrativa. Aliás, ela esteve presente em todo o congresso, com aulas sobre dieta, sono(a insônia pode engordar, sabiam?), empatia, exercícios, meditação, etc. Nesse trabalho, 6 semanas de Mindfulness, mostraram uma importante redução na ansiedade, depressão e melhor qualidade de vida.
Enfim, foram vários trabalhos lindos. Ao meu ver, nenhum com grandes mudanças para nossa prática de HOJE! Mas inúmeros reforçando o que já fazemos e trazendo a esperança de vários novos tratamentos. Assim caminha a ciência.