Por que depois do câncer de mama, minha vida sexual mudou tanto?

Contém dicas valiosas no final!
Como dizem por aí: “SEXO É VIDA!” 😊

Mas muita calma nessa hora.
São muitas questões envolvidas e várias possibilidades de caminhos.

Que você consiga mergulhar nesse universo lindo que é você e se reencontrar. A partir daí, se conectar com o que te faz feliz.
Um dia de cada vez. 💞

Vamos lá:

Muitas vezes deixado de lado durante e após o tratamento (será que antes também?), o SEXO é sim, importante em nossas vidas.

O tema nem sempre é abordado nas consultas, seja porque o médico não pergunta ou porque o/a paciente não se sente à vontade em falar, devemos (e merecemos) entender o que acontece e ir em busca de PRAZER.

📌Raramente a causa é uma só
Mas sim, um somatório de causas!

Vamos por etapas:
Antes: mesmo de começar o tratamento, assim que recebe o diagnóstico, o/a paciente já tem seu bem-estar comprometido. O medo da doença e das etapas que virão, a ansiedade em fazer exames para iniciar o tratamento logo, a preocupação com o trabalho e a família frente às mudança na rotina e a tristeza, são alguns dos sentimentos dominam esse momento.

📌Durante:
🔸Caso a cirurgia seja o primeiro tratamento: a mama representa grande parte de nossa feminilidade. Alterar nossa imagem corporal é tirar a identidade que carregamos há anos. É comum não sabermos lidar com isso e frequente o medo da rejeição do/a parceiro/a;

🔸Caso a quimioterapia venha primeiro: O cabelo faz parte de nossa imagem. Ele compõe nosso rosto. Perdê-lo, assim como à mama, é impactante.

Além de vários sintomas, a quimioterapia pode induzir a menopausa. Com isso temos a diminuição da libido, alteração do humor e ressecamento vaginal, entre outros.

📌Depois
🔸O tratamento acabou, mas nem sempre as coisas voltam ao normal imediatamente.

Se a paciente for candidata à hormonioterapia (tema com vários posts aqui), seguirão os sintomas da menopausa já citados.

Nesse momento, as consultas começam a ser menos frequentes, os familiares vão voltando às suas rotinas, mas o corpo ainda não voltou ao normal e a ansiedade ainda persiste (ou às vezes, pode aumentar!). A vida ainda está se ajustando a esse novo momento.

📌Vamos falar um pouquinho sobre sexo?
Sexo ainda é um TABU. Infelizmente.

Na maioria das vezes, quando falo de masturbação e sobre o prazer feminino, vejo olhares se desviando ao chão.

Depois de tantos momentos difíceis durante o tratamento, é importante um mergulho para dentro de nós mesmas.

Saber o que nos dá prazer (em nosso corpo!) é FUNDAMENTAL. Se a libido está baixa, vamos encontrar formas de ativá-la. Ver filmes, ler livros, usar acessórios, as possibilidades
são muitas.

📌Algo mais?
Sim. Sugiro olhar para seu/sua parceiro/a. Entender que ele/a pode estar confuso também. Respeitar o seu espaço e o seu tempo, muitas vezes significa abrir mão do desejo por você. É um recomeço para ele/a também.

Tente conversar sobre sexo. Lembrar que sexo não é só o ato em si, mas inclui preliminares e ações que começam antes delas até. Namorar e resgatar momentos que antes traziam cumplicidade.

📌E não, não é fácil
O corpo mudou, cicatrizes, cabelo, pele… Metabolismo leeeentooooo….

Alguns casamentos já estão ruins há anos e as dificuldades se exacerbam com o câncer.

Ainda existe medo, angústias… tudo que foi vivido ainda está sendo compreendido.

É um processo! Não existe fórmula mágica.

São tentativas, caminhos, possibilidades. Se permita viver tudo a seu tempo.

Chorar, faz parte também.

Muitas vezes, precisamos apoio. Se conecte com profissionais.

Para os mais variados sintomas, existem abordagens diferentes.

Por exemplo, para o ressecamento vaginal temos desde lubrificantes, fisioterapia pélvica até o laser.

Da mesma forma, para os sintomas da menopausa (tenho um post lindão aqui sobre ela) e sintomas psicológicos, temos tratamento.

1% a cada dia, busque seu autocuidado e um caminho para ser feliz.