Se você não entende, vou explicar…
Olhar além!
#OutubroRosa é prevenção sim, mas engloba milhares de pessoas que não se sentem ouvidas o ano inteiro. Segue assim, mais um post de assuntos pouco vistos por aí!
Nesse mês, fui procurada por um grupo trans para uma Live sobre o tema. E me aproximei um pouco de uma realidade muito pouco conhecida! É NECESSÁRIO LEVAR INFORMAÇÕES! É PRECISO FALAR SOBRE O TEMA. Muitas vezes, eles buscam e não tem acesso!
Seria necessário, o dobro de espaço para eu conseguir passar tudo que gostaria. Mas vamos lá!
Por que precisamos falar deles?
No Brasil, os transgêneros chegam a quase 1% de nossa população. Ou seja, mais de 1,3 milhões de pessoas. Acredita-se que esse número seja muito subestimado, muitos ainda escondem e/ou não são reconhecidos.
Em geral, fazem uso de grande quantidade de hormônios, o que pode aumentar o risco de apresentar câncer de mama;
Quando buscam atendimento, muitas vezes são discriminados, o que pode desestimulá-los;
As diretrizes são pouco divulgadas e ainda são pequenos os números de pesquisas nessa população.
Por que não existem tantos estudos?
Grande parte dessa população ainda tem menos de 50 anos (a maior incidência do câncer de mama é a partir dos 50 – 60 anos), pois os tratamentos para mudança de gênero têm pouco tempo de liberação e acesso;
A expectativa de vida é menor do que a população geral devido a: questões econômicas, maior incidência de outras doenças, menor acesso ao sistema de saúde, maior risco de violência, etc
Algumas definições
Disforia de gênero: sofrimento intenso com o sexo original, principalmente no período da puberdade. Além disso, está presente um desconforto ao serem cobrados pela sociedade a agir como membros do sexo que não se identificam.
Cisgênero: Corresponde a uma pessoa cuja identidade de gênero coincide com o sexo biológico
Transgênero: É um indivíduo cuja identidade de gênero difere em diversos graus do sexo do nascimento
Transexual: É a pessoa que busca ou passa por uma transição social que pode incluir a transição por tratamentos hormonais ou cirúrgicos a fim de se assemelhar com sua identidade de gênero.
Homem Transexual: Homem que foi designado ao sexo feminino quando nasceu, contudo, este se atribui ao gênero masculino.
Mulher Transexual: mulher que foi designada ao sexo masculino quando nasceu, contudo, esta se atribui ao gênero feminino.
Quais são os riscos?
Mulher Trans: uso de hormônios femininos com ou sem bloqueadores de androgênios. O uso de hormônios femininos aumenta o risco de câncer de mama. Vale lembrar que a terapia nas mulheres transgênero envolve quantidades grandes de hormônio e tempo prolongado.
Homens Trans: uso de hormônios masculinos, Apensa de poucos estudos sobre o assunto, acredita-se que o uso de hormônios masculinos aumenta o risco de câncer de mama por alguns motivos: parte destes hormônios é convertida em hormônios femininos e alguns tumores podem ter receptores de androgênio.
Homens Trans: mastectomia masculinizadora. A retirada das mamas diminui o risco de câncer de mama, conforme já foi demonstrado em estudos com mulheres de alto risco. Estima-se que esta redução seja de 80% a 90% no risco durante a vida.
Resumindo
Mulheres Trans: tem cerca de 2% a 3% de risco de câncer de mama durante a vida. Isso é bem maior que os homens cisgênero e menor que as mulheres cisgênero.
Homens Trans: tem cerca de 2% de risco de câncer de mama. Novamente menor que mulheres cisgênero e maior que homens cisgênero.
Algumas considerações finais, sobre o rastreamento:
A Sociedade Americana de Radiologia defende que os exames nas mulheres trans sejam feitos da mesma forma que as mulheres cisgênero.
Homens Trans que fizeram mastectomia não precisam de mamografia, mas o exame clínico das mamas é aconselhado, principalmente naquelas pessoas com história familiar de câncer de mama ou ovário.
Homens Trans que permanecem com as mamas, devem fazer a mamografia anual, a partir dos 40 anos.
Lembrem-se
Hábitos de vida saudáveis sempre são bem vindos e podem mudar a história. Antes, durante e depois do diagnóstico e tratamento.
O diagnóstico e o tratamento do câncer de mama são semelhantes à população cisgênero. As chances de cura também são semelhantes. Vamos nos unir, distribuir informação e acolhimento. Contem comigo.
#DraSabrinaChagas