Olhando para trás, a sensação que tenho hoje é que foi há pouco tempo que comecei a ser, verdadeiramente, oncologista, apesar de ser formada em oncologia há mais de 10 anos. E o que mais me impressiona, é que exatamente agora, me sinto fora do quadrado aonde a maioria dos meus colegas vivem.
Essa mudança aconteceu há quase três anos, quando meu pai teve câncer de mama. Naquele momento tive a infeliz oportunidade de viver o outro lado da mesa do consultório. Passei a ser familiar de paciente. Sofri, tive medo de todos os sintomas porque ele ia passar, precisei estar cercada de amigos e me apeguei na fé de que tudo iria dar certo no final. E felizmente, deu.