TERAPIA ALVO x IMUNOTERAPIA: QUEM PODE FAZER?

TERAPIA ALVO x IMUNOTERAPIA: QUEM PODE FAZER?

O QUE É TERAPIA ALVO?

Em nossas células existem diversas proteínas/moléculas que formam “pontes” para seu tratamento adequado.

As células do Câncer também possuem moléculas com esse mesmo papel. Atacá-las é o objetivo dessa terapia. Como temos um ALVO que está mais expresso nos tumores, os efeitos colaterais sobre as células normais são pequenos.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE A TERAPIA ALVO-MOLECULARE A QUIMIOTERAPIA?

A maioria das quimioterapias agem impedindo a divisão das células que causam danos nas moléculas do DNA e/ou RNA. Como esses compostos regulam a multiplicação de TODAS as células humanas, sejam elas tumorais ou não, a possibilidade da ação da quimioterapia se estender as células saudáveis e causar efeitos colaterais é grande.

ENTÃO, POR QUE TODAS AS PESSOAS COM CÂNCER NÃO RECEBEM ESSE TRATAMENTO?

Nem todos os tumores apresentam um ALVO conhecido.

Em geral, temos opções para os para alguns tipos de câncer, como: rim, pulmão, leucemia, fígado, intestino e mama.

Mas MUITA CALMA NESSA HORA! O tratamento depende do subtipo desses tumores (visto na imuno-histoquímica), do estado geral do paciente, de outras possíveis doenças já pré-existentes etc. Ou seja, NÃO são todos os tipos de câncer de mama, nem todos os de pulmão, por exemplo, que vão usar esse tratamento.

E A IMUNOTERAPIA?

Como funciona?

Trata-se de uma opção completamente diferente da quimioterapia (onde o foco é o ataque a célula cancerígena). A imunoterapia age aumentando a imunidade dos pacientes para que o organismo fique protegido do ataque das células que sejam diferentes das normais (no caso, as de câncer).

E os efeitos colaterais?

Como as células normais não são acometidas (como na quimioterapia), os sintomas são muito menores.

Esses pacientes não têm queda de cabelo, náusea, etc. Porém, com a imunidade exacerbada, reações como alergia, diarreia e infecções no pulmão podem acontecer, mas a frequência desses efeitos é pequena.

TODOS PODEM USAR?

Não. Existe aprovação da imunoterapia para melanoma, câncer de pulmão, mama e alguns outros tipos de câncer.

Em geral, a imunoterapia é usada para doenças mais avançadas e subtipos específicos. Da mesma forma que a terapia alvo, a decisão é caso a caso. Dependemos de vários exames, entre eles a imuno-histoquímica para optar pelo seu uso.

E NO CÂNCER DE MAMA?

Como a pergunta que recebi foi de uma paciente com CÂNCER DE MAMA, vamos falar sobre ele:

TERAPIAS ALVO: são várias, mas citarei as mais comuns. Não caberão todas aqui e meu objetivo maior é vocês verem como são inúmeros e INDIVIDUALIZADOS os tratamentos:

  • Anti-HER2 (para tumores HER2 positivos): trastuzumabe, pertuzumabe, lapatinibe e trastuzumabe-emtasina;
  • Bloqueadores de CDK4/6 (para tumores receptores hormonais positivos, HER2 negativos metastáticos): palbociclibe, ribociclibe e abemaciclibe;
  • Bloqueadores da mTOR (para tumores hormônio positivos metastáticos): everolimus.

IMUNOTERAPIA PARA CÂNCER DE MAMA: são drogas como o atezolizumabe e pembrolizumabe.

A primeira ainda tem uso restrito, sendo prescrito com MAIS frequência em algumas pacientes metastáticas, após um teste específico para checar se o tumor é produtor da proteína PD-L1.

Já o segundo, o PEMBROLIZUMABE, atua na proteína PD-1, também é indicado para cânceres de mama triplo negativo e atualmente é usado, PRINCIPALMENTE, na neoajuvância (antes de operar) e na adjuvância (depois de operar).

Eventualmente, eles podem ser prescritos em momentos diferentes, mas a grande mensagem aqui é que cada vez mais novas drogas imunoterápicas são estudadas e que a sua indicação é sempre feita de forma individualizada.