“Dra., prefiro tirar a mama toda!”

“Dra., prefiro tirar a mama toda!”

É muito comum as pacientes acharem que o risco do câncer de mama voltar é maior em quem faz a retirada parcial da mama (cirurgia conservadora) do que nas pacientes que retiram a mama toda.

Será que isso é verdade?

Primeiro, vamos à história:

Essas cirurgias começaram há centenas de anos, mas foi o cirurgião americano William Halsted que, em 1882, desenvolveu a cirurgia conhecida como mastectomia radical (retirada total da mama).

Antes, as cirurgias eram mais extensas e chegavam a retirar, inclusive, parte da musculatura da região. Tempos em que sabíamos pouco sobre o câncer e sobre o seu tratamento.

A disponibilidade de outros métodos de tratamento (como a radioterapia e protocolos de quimioterapia) levou ao desenvolvimento da cirurgia parcial da mama, também conhecida como segmentectomia, quadrantectomia ou cirurgia conservadora da mama.

Essa cirurgia foi desenvolvida na Itália, na década de 1970, pelo cirurgião Umberto Veronesi.

Hoje existe uma tendência de que as cirurgias sejam menores. Cada caso é um caso.

Cada paciente tem sua história e indicações precisas de cirurgia.

Tumores maiores podem precisar de abordagens maiores, da mesma forma que tumores multicêntricos (com vários focos na mama).

Depois de MUITOS estudos com milhares de pacientes, sabemos que os resultados da cirurgia parcial e total, em termos de controle e cura do câncer de mama, são absolutamente iguais, desde que seja feita a radioterapia da mama caso a cirurgia, seja parcial.

E qual a diferença entre elas?

Mastectomia parcial: retirada do setor/região da mama onde está o tumor, juntamente com o tecido normal. O quanto da mama será removido vai depender do tamanho e localização da lesão, além de outros fatores.

Mastectomia total: nesse caso, toda a mama é retirada – às vezes até alguns tecidos próximos. Os fatores que determinam o tipo da cirurgia são variados, como, por exemplo, o tamanho da lesão, o tamanho da mama, o tipo de tumor e sua localização.

NÃO SE ESQUEÇAM:

Cada história é única. Eventualmente, quando nos encaminhamos ao geneticista, podemos rediscutir a extensão da cirurgia. Da mesma forma que apresentações diferentes de tumores recebem abordagens distintas.

Tenham certeza de que as condutas que os médicos indicam são sempre embasadas na ciência e no perfil de cada paciente.

 

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