Oncotype e Mammaprint (Vocês conhecem?)

Oncotype e Mammaprint (Vocês conhecem?)

Oncotype e Mammaprint (Vocês conhecem?)

De uma forma geral, aprendemos lá pelas décadas de 70 e 80 que, se a gente fizer quimioterapia em todas as pacientes, 3 em cada 10 mulheres (30%) serão curadas por esse tratamento.

Mas nesses números temos VÁRIAS mulheres que estarão curadas mesmo sem quimioterapia.

Então, como saberemos quais mulheres não vão precisar sempre da quimioterapia? Como descobrir isso? Como não correr o risco de deixar de levar cura a alguma mulher pela quimioterapia? 30% é um número importante!

Com o tempo aprendemos a classificar melhor os tumores. Sabemos que os muito pequenos, com grau de crescimento lento, com receptores hormonais altamente positivos, dependendo da idade, podem ser considerados para a não realização da quimioterapia.

Mulheres jovens com tumores grandes, com a axila comprometida e/ou com tumores de crescimento rápido, em geral, têm uma indicação inquestionável de quimioterapia.

Mas e quem está entre esses dois “polos”? E quando a doença é intermediária?

Como saber se realmente é necessária a quimioterapia? E em busca dessas respostas, novos testes foram surgindo.

ONCOTYPE DX Breast Recurrence Score (nome completo desse exame).

O que é?

É um teste genômico (que examina o DNA do tumor) que é feito ou no material da biópsia, ou no material analisado na cirurgia da mama (relatório histopatológico).

Para que serve?

Serve para avaliar se há benefício em usar a quimioterapia após a cirurgia do câncer de mama. Também ajuda a predizer a chance de recidiva do tumor de forma bem individualizada.

E um exame que todas devem fazer? NÃO!

A maioria das mulheres não tem indicação!

Na maioria das vezes, conseguimos determinar com os critérios clínicos e patológicos quem precisa ou não de quimioterapia.

É indicado para mulheres com cânceres de mama iniciais com receptores hormonais positivos e her2 negativos (luminais).

Só isso? Não!

Avaliamos também outros fatores importantes, como a idade, se a paciente já está na menopausa, comprometimento dos linfonodos etc.

E um exame que SEMPRE vai nos dar o direcionamento entre fazer ou não a quimioterapia?

NÃO!

Em um número razoável de vezes, o resultado é INTERMEDIÁRIO. Ou seja, mesmo com ele, ainda dependeremos da experiência individual de cada oncologista e da conversa franca sobre os riscos e benefícios com nossas pacientes para definir a conduta.

E o MAMMAPRINT?

Da mesma forma que o Oncotype, é um exame que avalia o DNA dos tumores de mama, hormônios positivos e tem como objetivo nos indicar se há necessidade ou não da quimioterapia após a cirurgia.

A decisão entre o Oncotype ou os outros testes existentes variam de acordo com as características tumorais e algumas características das pacientes.

Mais uma vez, a decisão é sempre caso a caso.

Infelizmente, não são exames baratos e também não costumam ser cobertos pelos planos de saúde (embora muitas consigam reembolso e alternativas semelhantes).

Mas quero que fique MUITO claro que esse não é um exame que deve ser pedido de rotina.

Afinal, temos critérios muito bem definidos para indicar ou não a quimioterapia. Então, pedimos o teste quando a paciente não se inclui neles.

Todos que me seguem aqui sabem que fujo de notícias sensacionalistas, porque, em geral, elas trazem mais ansiedade do que algo que realmente faça diferença para o paciente.

Então… calma, respire e converse com seu médico.

Cada paciente é única, sempre!

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